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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Run or die
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-98-9231-861-5
Editora: LUA DE PAPEL
Desde pequeno, Kilian já gostava de brincar em lagos e outros ambientes que lhe mantinham em permanente contato com a natureza. Quando viajava com a família ou em excursões da escola, sempre voltava com uma pedra do cume das montanhas, uma marca do lugar mais alto que visitava. Tinha sempre que trazer um pedacinho da natureza para ficar na memória.
E esse costume ele mantém até hoje. Kilian tem uma coleção de pedras com muitas cores e tipos. Desde as vulcânicas do Kilimanjaro até as do Marrocos ou da Capadócia. Parece até que ele sempre teve a missão de correr em permanente contato com as mais belas paisagens do mundo, respirando um ar mais puro que o das grandes cidades, sentindo o vento no rosto, passando por árvores e se reconectando com as nossas origens.
Se alguns de nós têm a vocação descoberta ainda nos primeiros anos de vida, Kilian é um desses. O lado corredor dele foi cultivado desde muito cedo. Não podia dar em outra coisa, senão um atleta de altíssimo nível.
Para Kilian, competir é viver. Não existe motivação maior para ele do que travar uma luta contra o próprio tempo, buscando chegar primeiro que os oponentes. Kilian sente genuíno prazer quando ganha as corridas que disputa.
Ele relata que cada vez que a fita da chegada é cortada e ele sabe que passou em primeiro, tem uma sensação impossível de descrever. Talvez apenas os atletas de alto rendimento saibam o que é a adrenalina de vencer uma competição importante depois de tanto esforço, tanto na prova quanto no período dos treinamentos.
Quando Kilian olha para trás pela última vez e nota que ninguém vai estragar o seu momento, ele acelera ainda mais para ouvir o público dando incentivo e celebrar a vitória. Nessa hora, se sente capaz de ignorar as dores de uma prova extensa. Consegue ignorar o corpo e vibrar com todas as forças. A competitividade é como um vício.
Durante meses ou até anos, o atleta vive a tensão que explode nos metros finais da corrida, quando nota que os sacrifícios e trabalho valeram a pena. Na chegada, ele é capaz de lembrar todas as pessoas que o apoiaram no período de preparação.
E o mais incrível é saber que o prazer da vitória dura alguns segundos, muito menos do que a preparação intensa, com treinamentos pesados, dolorosos e sacrificantes. Claro, depois vem toda a celebração, a premiação, o reconhecimento e os abraços. Mas nada disso supera aquele momento de cruzar a faixa. Ali, toda a felicidade e satisfação do mundo chegam ao atleta de uma só vez.
Dá para entender? Não, não dá. Só é possível sentir.
Quando a noite começa a cair e Kilian está correndo, consegue perceber o sol se escondendo atrás das montanhas. O visual fica ainda mais belo, com as últimas centelhas de luz do dia indo embora. O colorido do céu chama atenção enquanto ele ainda persiste na prova.
Lentamente, o ritmo dos passos é seguido pelo sol se tingindo de vermelho, as árvores vão ficando para trás e o corredor precisa tomar cuidado para não tropeçar nas pedras enquanto sobe a montanha. Kilian relata esse momento como o começo da maior exigência do corredor, já que a mudança de temperatura exige ainda mais do corpo e só os mais preparados conseguem seguir adiante.
Nesse momento, a luz desaparece junto com o calor. A temperatura abaixa e dá para sentir as bochechas e o nariz congelado ao entrar em contato com o ar gelado. Nos primeiros minutos correndo no escuro, é normal o ultramaratonista cair, por não perceber alguns galhos atravessados no meio do caminho. Precisa tomar cuidado para não sofrer lesões mais graves, então a atenção é mais exigida mesmo com o cansaço físico e mental.
Mas isso faz parte da trajetória de quem sabe o que quer. Kilian segue um mantra. Correr ou morrer. Se não estiver passando por essas dificuldades das provas de longa duração e desgaste físico, se sente morto.
O propósito dele é manter o corpo em permanente movimento. Uma necessidade, sem a qual a vida perde a graça e nada mais faz sentido.
E quando a corrida chega ao fim? A sensação de estar na cama, depois de um dia de treino exaustivo é muito recompensadora. Kilian sente muito orgulho de compartilhar com a companheira a sensação que teve ao chegar em cima de uma montanha e se dar conta do sucesso do treinamento.
O melhor de tudo é que ela sabe como ele se sente. A sueca Emelie Forsberg também é atleta e conquistou títulos europeus e mundiais como corredora e montanhista. Compartilhar a sensação de ver o sol e a paisagem do alto de uma montanha é um prazer mútuo do casal.
Ao fim de cada prova, os dois sabem bem como é se vencer todo tipo de limitação imposta pelo corpo humano. Afinal, não é para qualquer um se manter firme, respirando e prezando pelo bom rendimento físico enquanto atravessa áreas inóspitas, numa luta intensa contra o cansaço.
Ao pisar com os pés no chão em alta velocidade, é como se a vida ficasse em câmera lenta para Kilian. Ele sente cada uma das fibras das pernas contraindo, desde a ponta dos dedos até as coxas. Ao tocar o calcanhar no chão, sente o cérebro enviando informações para os músculos se contraírem e explodirem na medida certa.
A perna fica dura, dolorida. Por vezes, o atleta precisa encurtar o passo para evitar câimbras e, ao terminar a corrida, é preciso retomar o controle do próprio corpo, com a sensação de formigamento nele por inteiro. As dores tomam conta de todos os músculos e parece mesmo que só um louco seria capaz de voltar a se desafiar com esse tipo de atividade. Kilian, claro, é um desses loucos.
Quanto maior a distância percorrida, cresce também a conexão com o próprio interior. Os limites do corpo são conhecidos e o atleta se sente capaz de entender como é a mente quem controla tudo. A velocidade da respiração, a superação de uma dorzinha aqui e um desconforto acolá. O que para a maioria de nós é uma loucura, para Kilian é o único estilo de vida possível.
As corridas têm esse efeito psicológico muito forte. Não é à toa que muita gente fala nessa atividade física como terapêutica, como se as preocupações e desconforto fossem embora junto com o suor pingando do nosso corpo. Para quem percorre distâncias muito grandes, subindo montanhas e ambientes selvagens, melhor ainda.
Correndo para tão longe, Kilian se encontra do início ao fim. Essa atividade é sinônimo de paz espiritual para ele.
Não existe melhor sensação do que voltar para casa. Da mesma forma, o incrível feito de chegar ao cume de uma montanha só é devidamente processado pela mente do atleta quando ele desce e percebe que foi vencedor de mais uma batalha incansável, que ao longo de algumas horas o fez chegar ao limite do desgaste físico.
O principal desafio não é superar a velocidade, o calor, o frio ou outras condições adversas no meio da prova. Superar o próprio corpo é o mais difícil em todas essas jornadas. Entender até onde se pode ir sem lesões e outros problemas, saber que todo o tempo de treinamento deu resultado são sensações indescritíveis para quem corre para não morrer.
Sempre que os pensamentos navegam desorientados pela cabeça, sem encontrar uma saída, correr faz com que a mente se esvazie, fique mais livre e nos deixa ver tudo com mais clareza. É como se a distância permitisse relativizar os problemas.
Quando o atleta pensa em correr, ele pensa num desafio que é muito mais sentido do que explicado. Se você já correu, mesmo como atleta amador, sabe bem do que estamos falando.
A corrida é a melhor maneira de colocar a mente em ordem, se desligando da rotina e encontrando a solução para os problemas que parecem impossíveis.
Experimente. Pode ser aos poucos, não tente ser um Kilian Jornet na sua primeira tentativa. Correr alivia a mente. Tudo que aflige você é eliminado junto com o suor do corpo. Deu para entender porque correr parece nos impedir de morrer?
Histórias de determinação na busca por um objetivo são sempre motivo de alegria para nós, não é mesmo? E é tocante notar como a corrida faz parte da personalidade de Kilian Jornet. Não é mera vontade de chegar ao destino: é missão e propósito, alimentados com uma paixão impossível de ser medida. Que possamos repetir essa ambição em nossas vidas.
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É um ultramaratonista, montanhista e esquiador catalão, reconhecido internaci... (Leia mais)
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